sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Trabalho Escrito - Textos

O que se deve saber sobre a Epilepsia

A epilepsia é uma manifestação mórbida, conhecida desde vários séculos a.C. Todavia, devido ao caráter abrupto e inesperado de seu aparecimento e à dramaticidade de que suas manifestações habituais, a epilepsia revestiu-se, ao longo dos tempos, de um caráter místico, dependente de interferências sobrenaturais, divinas ou demoníacas.

Suas diversas manifestações populares sempre testemunharam o caráter esotérico a ela atribuído. Um exemplo disto é a denominação de “mal sagrado” (morbus sacer), aplicada na Antigüidade por certos povos.
Segundo a tradição, sua manifestação em qualquer participante de um comício romano seria sinal de que essa reunião, desagradável aos deuses, deveria ser interrompida. Por isto, a epilepsia era então denominada morbus comicialis.
Há relatos bíblicos nos quais os epilépticos eram purificados com exorcismos, a fim de se libertar seus corpos do que se acreditava serem os demônios que os haviam possuído.
Às vezes — com a finalidade de se permitir a libertação do espírito maligno que se acreditava estar aprisionado na cabeça do paciente supostamente dominado por demônios — orifícios de trépano eram praticados com grande perícia, apesar das parcas técnicas cirúrgicas e anestésicas da época.
No triste período da Inquisição, os epilépticos eram purificados pelo fogo sagrado, com a finalidade de se libertar o espírito maligno que, por bruxarias e feitiços, teria se apossado do infeliz paciente.
No entanto, bem antes dessa época, Hipócrates (460 a.C) tentava explicar a seus discípulos que o mal sagrado era proveniente de alterações fisiológicas do cérebro — fato este confirmado por Galeno cinco séculos depois — e admitia não só a origem cerebral da epilepsia, como afirmava que as outras partes do corpo participavam da mesma causa de tão grave mal.
Há centenas de anos, portanto, a epilepsia vem sendo estudada, mas até hoje os cientistas não chegaram a uma conclusão a respeito do que ela realmente seja.
Seguramente, foi com o advento da eletro encefalograma que as primeiras luzes se acenderam na compreensão do mecanismo das epilepsias. Sabe-se que, do ponto de vista fisiopatológico, as epilepsias apresentam uma alteração do ritmo neuronal, cujos mecanismos bioquímicos e fisiológicos tornam-se imprecisos. Dependendo do local onde apareça essa descarga neuronal, evidenciam-se as formas mais variadas de alterações do mecanismo eletroencefalográfico.
A maioria dos casos inicia-se na infância, devido ao fato de haver, neste período, imaturidade córtico-subcortical e baixo limiar convulsivante, pois alterações metabólicas são suficientes para desencadear as crises.

Nenhum comentário:

Postar um comentário