sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Trabalho Escrito - Epilepsia

Conceito de Qualidade de vida

O conceito de qualidade de vida (QV) aplicado à saúde (QVAS) freqüentemente se baseia na definição proposta pela Organização Mundial de Saúde: a percepção individual do bem-estar físico, mental e social. Apesar de disponível há várias décadas, esse conceito tem sido cada vez mais utilizado na avaliação de condições crônicas, principalmente relacionadas às novas modalidades terapêuticas.
QVAS em epilepsia aborda três dimensões:

1. Saúde física (função diária, saúde geral, freqüência e intensidade de crises e efeitos adversos de medicações);

2. Aspectos mentais (condição emocional, auto-estima, percepção de estigma, cognição, ansiedade e depressão);

3. Aspectos sociais (conjunto de atividades sociais, no âmbito do trabalho, família e amigos).

QV é conceituada pela visão do indivíduo em como ele se sente e funciona, independentemente dos parâmetros médicos e baseando-se principalmente em sintomas.
A avaliação médica clássica dá prioridade à intensidade de crises e aos efeitos adversos da medicação antiepiléptica. Muitos médicos consideram uma crise parcial complexa ou uma crise tônico-clônica anual, assim como efeitos colaterais "leves", como resultados "bons" ou "aceitáveis". Por outro lado, muitos pacientes consideram essas condições "ruins" ou "inaceitáveis". Esses dados demonstram que QVAS em epilepsia vai além dos sintomas.


Problemas Comumente Associados à Epilepsia

Epilepsia é um modelo de condição crônica em que os aspectos psicossociais podem ser proeminentes. O estigma da epilepsia, a situação socioeconômica e a vida independente - dirigir veículos, opções de trabalho, atividades lúdicas ou esportivas e uso de bebida alcoólica - podem ser afetados pela condição.


Medidas Quantitativas de QV

A correlação entre a avaliação do paciente e a do médico quanto muitas vezes não é concordante.
Medidas de QVAS complementam as tradicionais avaliações de controle das crises e dos efeitos adversos das DAEs (Drogas Antiepilépticas). A quantificação atualmente é um desafio, pela falta de definição de QVAS, falta de objetivos claros e validação de escalas em diferentes grupos etários, socioeconômicos e culturais, além de instrumentos específicos adequados. Para exemplificar essa última colocação podemos lembrar que as escalas para avaliar DAEs são diferentes das que avaliam resultados cirúrgicos. Aqueles pacientes podem ser de fácil controle medicamentoso, enquanto os últimos são, geralmente, refratários à medicação. Assim, a problemática da maioria dos pacientes em que as crises não controladas são relativamente raras é diferente da dos pacientes com epilepsias refratárias em que se impõem restrições às atividades básicas do dia-a-dia.

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